quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

PREVENÇÃO



DENGUE MATA
Mais de 6,2 mil casos em apenas 7 diasMT enfrenta o pior cenário da dengue já visto, com a média atual de até 892 registros diários da doença. Prevenção é necessária como jamais foi
Geraldo Tavares/DC
Ontem, agentes da Saúde fizeram ação de bloqueio no Jardim Imperial, de onde era a última vítima falta de Cuiabá
RENÊ DIÓZDa ReportagemOs últimos números referentes à epidemia da dengue em 2009, divulgados ontem pela Saúde estadual (SES), aparecem preocupantemente impulsionados apenas no período de uma semana por 6.250 novas confirmações da doença em Mato Grosso, que agora conta 54.299 notificações e 50 mortes confirmadas. Trata-se do pior cenário da epidemia no Estado nos últimos cinco anos, conforme análise feita pela própria SES a respeito dos números de 2009. O ritmo de ataque da epidemia foi de quase 150 casos registrados por dia. A avaliação é do assessor da Superintendência de Vigilância em Saúde, Benedito Oscar Campos. Neste balanço, ele aponta que o principal agravante do comportamento da epidemia este ano foi que ela atacou ininterruptamente. Antes, a doença costumava apresentar picos e quedas nos números de notificação ao longo de cada ano, padrão que foi totalmente quebrado em 2009, devido à atípica frequência de chuvas que caiu no Estado - o que proporciona o aparecimento de mais criadouros do mosquito vetor - e à volta do sorotipo 2 do vírus causador. Com tal comportamento, a doença de fato cresceu nas estatísticas. De acordo com Campos, os últimos piores números da dengue foram registrados em 2007, quando foram contados pouco mais de 20 mil casos. E os números também mostram como foi assustador o ritmo de ataque da epidemia. O ano ainda não se encerrou, mas se os 54.299 casos notificados até agora forem divididos por 365 dias, obtém-se uma média de 148,7 casos por dia no Estado. Já na última semana (período corrido entre os dias de divulgação dos dois últimos boletins epidemiológicos do Estado), o ritmo foi de 892,85 casos confirmados por dia. Este aumento assustador se deve a uma antecipação, a partir de outubro, de um fenômeno que as autoridades epidemiológicas do Estado estavam prevendo para se desenvolver no início de 2010, com a chegada das chuvas mais intensas e frequentes. Entretanto, como já se disse, o ano de 2009 foi atípico e seu clima, praticamente imprevisível, principalmente no interior do Estado, diz Campos. PERSPECTIVA - Para 2010, prevê Campos, a tendência é de que a dengue passe a atacar como foi este ano, sem poupar um mês sequer, sem picos, como houve entre abril e junho, ou grandes quedas nas notificações. Entretanto, como a população tem visto a expansão da epidemia (25 municípios estão em condição de risco), o aumento vertiginoso dos casos graves (foram 1.474 este ano) e do número de óbitos (12 dos 50 foram confirmados apenas em Cuiabá, incluindo crianças; outros cinco estão sob investigação), os cuidados preventivos devem ser finalmente disciplinados de modo a conter o avanço da doença em 2010, cogita o assessor. “A tendência é conseguir a redução desse quadro”. Um das principais medidas de prevenção, a coleta de lixo finalmente foi realizada ontem, no bairro Jardim Imperial, onde morreu a última vítima da dengue em Cuiabá, o garoto Reginaldo, de 6 anos. Agentes da Vigilância Epidemiológica também fizeram o bloqueio na região.

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